terça-feira, 27 de novembro de 2012

SOBRE SÓCRATES





Talvez tal afirmação soe rude, ou pareça insuficiente, mas percebo Sócrates como um marco, um “divisor de águas” na Filosofia. A meu ver, tem um sentido metodológico perceber quem foi Sócrates, seu contributo e o pensar que se dá posterior a ele. Nas situações em que me voltei para estudar a Filosofia e os seus respectivos pensamentos e pensadores, me deparei com as seguintes conceituações: pré-socráticos e pós-socráticos. Somente isso já demonstra um certo respaldo do autor. Além disso, o próprio questionamento sobre a existência de Sócrates, revela o peso e a dimensão que o mesmo tem.
A definição desse filósofo, vai variar de acordo com aquele que escreveu sobre ele, não havendo assim uma homogeneidade nas diversas interpretações, ou melhor dizendo, versões do pensamento de Sócrates. Portanto, a questão dos ensinamentos terem se dado oralmente, nos proporcionou um leque de supostas conceituações assinadas como sendo de Sócrates.
A vida de Sócrates distingue-se também pela diferença de seus escritos feitos quando mais jovem, dos que foram oriundos de sua velhice, relatados por Platão e Xenofonte.  Em resumo, quando trata-se de conceituar na Filosofia, volto a reafirmar que existem perspectivas anteriores e posteriores a Sócrates.
De forma mais consequente que os sofistas, ele fez uma abordagem do homem, avançando no debate e propondo o questionamento sobre a essência do homem, o que ele chamará posteriormente de psyché ou alma. Ele afirma que o homem é a sua alma, ou seja, a sede da racionalidade.
Sócrates prega também o conceito de virtude. Segundo ele, a virtude é a perfeição ou o mais próximo disso, em que o sujeito pode se encontrar. Fazer o bem, se aperfeiçoando naquilo que deve ser feito são característica daqueles que tem virtude. Coloca que a ciência e o conhecimento são os elementos norteadores para essas condutas virtuosas.
Acontece que essa afirmação de Sócrates, que o conhecimento que cada indivíduo tem é o medidor para julgamento de suas condutas, então o mais ignorante é mais isento de algumas responsabilidades, pois esse é possuidor de menos conhecimento. A lógica seria de que “Cobra-se mais de quem sabe mais”. Sócrates submete a vida ao domínio da razão.
Os autores de “História da Filosofia” concluem que a afirmação de Sócrates sobre o conhecimento ser necessário para se fazer o bem, aperfeiçoar a alma, etc é correto, no entanto, é engano quando se coloca como o suficiente. Sócrates afirmou que é impossível aprovar e conhecer o bem, mas não conseguir fazê-lo na sua ação.
Sócrates expõe o seu conceito de liberdade que consiste em que, quanto mais o sujeito domina as suas vontades, instintos, ou seja, controla o seu agir ele é mais livre. O racional se sobressai ao “lado animal” que há no homem.  Então compreende-se por liberdade, a partir dessa perspectiva de Sócrates a aproximação maior com Deus que seria esse ser sem necessidades, sem instintos. A felicidade também veio se conceituando a partir de uma abordagem dele, apesar de pré-socráticos como Heráclito e Demócrito terem falado sobre.
Quanto a questão teológica, Sócrates encarava a figura de Deus como ordenadora. Achava que aquilo que existisse e não fosse simples obra do acaso, mas que tivesse um objetivo careceria de uma inteligência superior que a produzisse. Para Sócrates, Deus era a inteligência. Acrescenta ainda que é possível estabelecer que o divino cuidou do homem de uma  forma muito particular.
Umas das acusações contra Sócrates era a de “introduzir novos diamónia”. O daimonion, era como uma espécie de consciência, no sentido místico da palavra. Essa voz vetaria algumas coisas que você se interessasse de fazer. Outra coisa em relação ao Sócrates é a dia.
O que compreendo de Sócrates é que ele foi uma peça fundamental para a Filosofia e trouxe uma série de contributos e uma série de questões para serem resolvidas pelos seus futuros. Os posteriores a Sócrates são herdeiros de bastante soluções, como também de problemas.
Sócrates, sem dúvida foi um dos grandes pensadores que o planeta  conheceu e que nenhum relato escrito deixou, nascido em Alópece na península da Ática no ano 469 a.C, filho de um escultor, Sofrônico e de uma parteira Fenáreta.

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