sexta-feira, 25 de novembro de 2011

El Salvador

Uma semana após a viagem bate a vontade de socializar as experiências vividas, as emoções sentidas e a bagagem trazida. Em poucos dias pisando no solo de El Salvador, senti coisas que nunca senti em 18 anos de existência. A receptividade daquele povo foi enorme, mesmo quando me faltaram 10 dólares para ingressar no país.
Eu não falava NADA em espanhol, porém, me comunicava com todos. Os adolescentes que estavam junto a mim, compartilhavam vivências de seus respectivos países e eu com muita dificuldade tentava entendê-los. Aos poucos fomos criando laços de amizade e cada vez ficava mais fácil a compreensão, chegando a um status de que não se percebia que havia um idioma diferente ali.
Nas reuniões, vi histórias não muito diferentes da minha realidade e da realidade do Brasil. Reconheci quadros e discuti problemáticas existentes em toda a America Latina. Revisamos nossos planos e priorizamos algumas ações. Vivenciamos a realidade da Violência em El Salvador, ouvimos o grito forte dos meninos e meninas que ali moravam cheios alegria e disposição para reivindicar uma vida melhor. Estive lado a lado com companheiros que compartilhavam das mesmas idéias e faziam sua difusão em outros lugares. Discordávamos nas estratégias, mas o objetivo era único: “A luta pelos direitos das crianças e adolescentes”.
Nos intervalos, às vezes conseguíamos contar algumas anedotas, trocar um pouco das culturas uns com os outros e nos conhecermos um pouco mais.

A imprensa apontou os microfones para nós e em resposta apontamos levantamentos, estatísticas, índices, resultados de trabalhos. Todos nós, representantes dos países, expusemos  questões e argumentamos para que a sociedade voltasse o seu olhar para a situação.
Foram 5 dias de bastante acúmulo. As lágrimas quase vieram na despedida. A sensação de que tinha feito tudo que me cabia estava no ar. Parti, mas não disse Adeus e sim até breve. Logo estaremos de volta juntos para cumprir nossas missões.

Hasta La vitoria Siempre!!! – Che Guevara 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Chegando ao trabalho



Minha digital já foi coletada,
Minha mente está agora aprisionada.
Várias tarefas a mim foram jogadas!

Faço tudo que devo fazer,
Faço isso para sobreviver.
Sou Socialista, mas preciso comer!

Sei que isso não está correto.
Quero mudar, então me sinto inquieto.
Quero gritar, mas cochicho esse verso!

Enquanto a gente não virar a mesa,
E pôr um fim nessa safadeza,
Seremos escravos dessa classe burguesa!

Vivemos no meio desse capital,
Que às vezes até parece normal.
E alguns ainda dizem: O que tem isso de mal?

A mais-valia todos os dias é tirada de mim.
Um leão por dia eu mato aqui.
É tanto trabalho que não tem mais FIM!

A Revolução Socialista precisa chegar,
E com os Capitalistas vamos acabar.
Só assim um mundo igualitário haverá!