Talvez tal
afirmação soe rude, ou pareça insuficiente, mas percebo Sócrates como um marco,
um “divisor de águas” na Filosofia. A meu ver, tem um sentido metodológico perceber
quem foi Sócrates, seu contributo e o pensar que se dá posterior a ele. Nas
situações em que me voltei para estudar a Filosofia e os seus respectivos
pensamentos e pensadores, me deparei com as seguintes conceituações:
pré-socráticos e pós-socráticos. Somente isso já demonstra um certo respaldo do
autor. Além disso, o próprio questionamento sobre a existência de Sócrates,
revela o peso e a dimensão que o mesmo tem.
A definição
desse filósofo, vai variar de acordo com aquele que escreveu sobre ele, não
havendo assim uma homogeneidade nas diversas interpretações, ou melhor dizendo,
versões do pensamento de Sócrates. Portanto, a questão dos ensinamentos terem
se dado oralmente, nos proporcionou um leque de supostas conceituações
assinadas como sendo de Sócrates.
A vida de
Sócrates distingue-se também pela diferença de seus escritos feitos quando mais
jovem, dos que foram oriundos de sua velhice, relatados por Platão e
Xenofonte. Em resumo, quando trata-se de
conceituar na Filosofia, volto a reafirmar que existem perspectivas anteriores
e posteriores a Sócrates.
De forma
mais consequente que os sofistas, ele fez uma abordagem do homem, avançando no
debate e propondo o questionamento sobre a essência do homem, o que ele chamará
posteriormente de psyché ou alma. Ele afirma que o homem é a sua alma, ou seja,
a sede da racionalidade.
Sócrates
prega também o conceito de virtude. Segundo ele, a virtude é a perfeição ou o
mais próximo disso, em que o sujeito pode se encontrar. Fazer o bem, se
aperfeiçoando naquilo que deve ser feito são característica daqueles que tem
virtude. Coloca que a ciência e o conhecimento são os elementos norteadores
para essas condutas virtuosas.
Acontece que
essa afirmação de Sócrates, que o conhecimento que cada indivíduo tem é o medidor
para julgamento de suas condutas, então o mais ignorante é mais isento de
algumas responsabilidades, pois esse é possuidor de menos conhecimento. A
lógica seria de que “Cobra-se mais de quem sabe mais”. Sócrates submete a vida
ao domínio da razão.
Os autores
de “História da Filosofia” concluem que a afirmação de Sócrates sobre o
conhecimento ser necessário para se fazer o bem, aperfeiçoar a alma, etc é
correto, no entanto, é engano quando se coloca como o suficiente. Sócrates
afirmou que é impossível aprovar e conhecer o bem, mas não conseguir fazê-lo na
sua ação.
Sócrates
expõe o seu conceito de liberdade que consiste em que, quanto mais o sujeito
domina as suas vontades, instintos, ou seja, controla o seu agir ele é mais
livre. O racional se sobressai ao “lado animal” que há no homem. Então compreende-se por liberdade, a partir
dessa perspectiva de Sócrates a aproximação maior com Deus que seria esse ser
sem necessidades, sem instintos. A felicidade também veio se conceituando a
partir de uma abordagem dele, apesar de pré-socráticos como Heráclito e
Demócrito terem falado sobre.
Quanto a
questão teológica, Sócrates encarava a figura de Deus como ordenadora. Achava
que aquilo que existisse e não fosse simples obra do acaso, mas que tivesse um
objetivo careceria de uma inteligência superior que a produzisse. Para
Sócrates, Deus era a inteligência. Acrescenta ainda que é possível estabelecer
que o divino cuidou do homem de uma
forma muito particular.
Umas das
acusações contra Sócrates era a de “introduzir novos diamónia”. O daimonion,
era como uma espécie de consciência, no sentido místico da palavra. Essa voz
vetaria algumas coisas que você se interessasse de fazer. Outra coisa em
relação ao Sócrates é a dia.
O que
compreendo de Sócrates é que ele foi uma peça fundamental para a Filosofia e
trouxe uma série de contributos e uma série de questões para serem resolvidas
pelos seus futuros. Os posteriores a Sócrates são herdeiros de bastante
soluções, como também de problemas.
Sócrates,
sem dúvida foi um dos grandes pensadores que o planeta conheceu e que nenhum relato escrito deixou,
nascido em Alópece na península da Ática no ano 469 a.C, filho de um escultor,
Sofrônico e de uma parteira Fenáreta.